Caos

Olhe quantos homens,

juntos e separados,

a entoar uma igual canção.

No meio da grande população,

repartindo, com frieza,

os que já não tem mais coração.

Pois estes foram roubados.

Amáveis roubos

que o amor fez,

cada um por vez,

e do seu particular jeito,

para deixá-los repousados em leitos

feitos de amigos.

Em troca, o amor,

para não deixarem coisas-algumas andantes,

sem pensamentos e vagantes,

ele nos dá os opostos

(sofrimento e felicidade),

que juntos tem um filho

chamado confusão.

E todos os homens,

iguais agora,

estão sem o amável coração.

Todos sofrendo para toda a imensidão.

E continuam repartindo

corações de seus colegas,

para assim tentarem se livrar,

sem efeito, do amor.

E olhe o caos,

que tragédia, que horror,

o desespero de não quererem mais

esta incrível dor.

Que já os consumiu

sem menor complicador,

tudo o que restou do ex-sujeito.

E este, desesperado,

crente que já aprendeu,

que já sofreu

tudo que necessitava,

tenta a ineficaz procura

pela cura

deste patológico amor.

Eduardo D
Enviado por Eduardo D em 21/02/2012
Código do texto: T3510775
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