Último amanhã

Um coração para sentir piedade

Mas os olhos se fecharam para a dor do mundo

Ficaram inúteis de amargos trilhos

É como se eu não existisse

Para sentir a perda de um filho

Amar como um pai

Mas, o homem ao meu lado morre

E por aqui passo meditando

Cruzando e descendo os seus caminhos

Trêmulo e ainda sonhando

Longe de passagens erradas que ferem

Como uma mesa vazia

Embebedada de pouco vinho

Um lábio frio que se acaba sozinho

Um copo de vinho cheio

Na procura de uma boca errante.

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