Fria madrugada

Mais uma vez ela chegou ligeira e fria,

Batendo-me a cara, me tirando o sono

Sinicamente me ameigou a cabeça

E me fez lembrar-se do teu beijo

Insisti tanto para que ela fosse embora

Porém ela me respondeu:

Ainda não é o meu tempo

E mais uma vez ela me entristeceu o peito

Trazendo-me mais lembranças suas

Fazendo-me, remoer por dentro

Jogando-me na cara

Que enquanto sofro por dentro

Você está com o outro

Violando-te por inteiro

Enquanto que eu, só podia mesmo

Lembrar-me do mel teu beijo

Ai, mais uma vez pedi, por favor, vai te embora

Mas ela de novo me respondeu:

Não vou, ainda não é chegada minha hora

Então, ela me fez enxugar as lágrimas do rosto

E me disse:

Acalma-te, senta, deita relaxe a tua alma

Sou a eterna madrugada, que não pode ir embora

Mas não vim para te fazer sofrer

Vim para te lembrar do teu amor,

Mas também para te ajudar a esquecer

Esse amor que te faz tanto mal

Sou a madrugada e quero te fazer

Descansar o teu coração

Arrancando esta adaga do amor

Cravada sobre teu peito

Que agora chora de dor

Marcello dos Anjos
Enviado por Marcello dos Anjos em 10/03/2012
Reeditado em 10/03/2012
Código do texto: T3545817
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