Declaração de meu amor

De teu olhar já não deleito,

de teu tempo já não aproveito

e de teu rosto não mais vejo.

Será que a máscara do amor

desfaleceu-se de minha velha pele?

Pois creio que não,

pois creio que tudo o que proclamei

foram as maiores blasfêmias que falei.

Pois vivo de teu coração,

já que tua canção entoa-me

como nunca outra canção a de entoar em meu peito.

Tuas liras são mais belas,

tuas palavras mais pronunciadas

e teu riso é mais gostoso.

Sei que não sou proveito deste gozo,

que não sou teu dengoso,

mas o brilho dos teus olhos,

nas minhas naveganças noturnas,

motiva-me a felicidade alheia

e a doçura que banha o mar da minha vida.

Eduardo D
Enviado por Eduardo D em 14/03/2012
Código do texto: T3554579
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