Desatino

Sinto-me violentado pelo assédio do teu pensamento

Que surrupia imagens no profundo do meu ego,

Já teus audaciosos olhos tornaram os meus cegos

Pelo fogo de tua contemplação em meu sentimento.

Eis a invasão domiciliar em que perscrutas o meu íntimo,

Percebo-me logrado pela telepatia dos teus desejos

Que rondam perspicazes o conteúdo dos meus segredos

E me beija tresloucadamente pela fissura de um sigilo ínfimo.

Covardemente assenhoreaste com peçonha o meu eu

E me tomaste em teus braços por um ósculo que aconteceu

Inadvertidamente por um átomo rebelde e cretino...

Compilaste todos os acessos que são minhas entradas,

Puseste cadeado e algemas e bifurcaste as estradas

Para que no amor não haja memória, mas desatino!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 19/03/2012
Código do texto: T3564145
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