INTERROGAÇÕES DO AMOR

Como saberei, agora, eu explicar

as interrogações do inexplicável?

Não poderei condenar, jamais,

a mudança do teu gesto tão afável,

e nem indagar de onde vens,

porque com certeza tu tens

desculpas suficientes para dar.

Não sei o porquê das flores murchas,

eivadas de sonhos e sentimentos,

espalhadas no chão pelos ventos.

Entretanto, jamais te recusarei

o ardor de meu peito aberto.

Nem o frescor, agora já incerto,

dos meus lábios, eu te negarei.

Guardo meu abraço para te abraçar,

do jeito que eu sei, mais carinhoso,

terno, repleto de amor, melodioso,

brandidos em notas de sol nascente,

tais quais os acordes dissonantes

de uma melodia, que ficaram perdidos,

nas noites escuras, frias e distantes,

embora sejam, para mim, tão sofridos.

Por fim dar-me-ei a ti, completamente.

Sim, irei correndo ao teu encontro,

atrelado vivo à estrela que primeira

brilhar intensamente ao entardecer,

pois jamais eu poderei esquecer,

que foste minha única amante verdadeira,

e para a qual estarei sempre pronto.