O beijo
Foi a festa da loucura,
o calor de todos os sonhos-
poderei passar horas a falar
mas nada poderá descrever.
Veja que deleite,
das melhores situações,
das minhas ricas indagações.
E mesmo sem amor usufruí
deste tão raro elixir.
Os corpos foram se juntando
e, mesmo não querendo,
possuiu-me ideias vagas de pecado.
Quem lembrará de pecado
quando ele te reinar?
E os corpos continuavam juntos,
e minha mente continuava fora,
num êxtase interminável
- sei que serei contraditório-
de inegável amor.
Como quero falar que a amo,
ou apenas mimá-la com doces palavras,
mas minha boca não corresponde
aos meus maiores estímulos.
Como é grande a exaltação do amantes!
Algo lindo, algo delirante!
Perdem-se todas as aflições,
ficam mais leves que nuvens.
Mas sempre há a hora de partir.
Sinta a angústia do tempo,
do tempo que passa vagaroso,
para voltar à mesma felicidade.