Sem Razão Mas Consentidos

Eu queria ser teus olhos
Água minha e meu Lar!
Para te mostrar
Que sou da estirpe dos escolhos

E dos Seres aparentemente superficiais
Que te atravessam, meu Oceano
Desde as tuas profundezas abissais
Quando és um Mar-Mulher Humano
Até o sol que te bebe para fazer-te viajar
E ecografar em mim carbono o teu cantar
E eu respondendo rasgado como um sax tenor
Que no fundo no fundo é na superfície do mundo
Que se afoga o Amor.

Eu queria ser os teus ouvidos
E como o mais estereofônico dos sentidos
Levar ao teu interior
Como forja bigorna e martelo
O que de som mais belo
Há no silêncio entre os sussurros de amor.

Queria muito e gostaria tanto de ser o teu tato
Para enquadrilhado com o olfato
Te fazer sentir os toques que imagino
Quando cheiro o teu retrato
E deixo de ser menino

Ah! mas o que eu queria mais
Era ser o teu sentido gustativo
Para te fazer acreditar que o aperitivo
Alonga os beijos e é melhor do que os finais

E Sem razão mas consentidos
Nós nos amando
Duas Almas animais.


Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 07/04/2012
Reeditado em 07/04/2012
Código do texto: T3598811
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