POEMA DA VOLTA

Naveguei ao acaso, sem norte, nem rumo

Viajei em um batel, com destino ignorado

Naufraguei nas brumas e perdi meu prumo

Fui levada pela desventura e pelo desatino

E era eu a “Nau Lu”, desnuda e destroçada

Bailando ao som de caliente tango argentino

Em meu mar de desvarios quase me afogo

Ancororei em tua praia exaurida e fatigada

Na solitude da areia, senti teu suave afago

E ergui-me, sustida em teu regaço amigo

Sorvendo a brisa balsâmica no teu contato

Ao caminhar pela orla ensolarada, contigo

Comecei a sorrir, crendo que ainda posso

Sentir as emoções que antes eu guardara

Encontrei a ti e emergir do fundo do poço!