Perto o bastante.

Eu que não sou mais, a intrépida paixão voraz que teu sonhar aninha,

Que não sou mais a ninfa, nem a fada purpurina que te tira de tua paz.

Que sou eu? Pouco mais que uma áurea ínfima, sóbria e cálida como cinzas

De um antigo fogo ardente, onde incessantemente queimava-te sem ais.

Eu que não sou mais a mesma que habitava em tua mente como uma assombração,

Era a cruz e a espada, fosse o tudo ou fosse o nada, só não era o teu não!

Quando da dor a distância e da presença a lembrança, um eu era sonho almejado.

Hoje muito frequente adormeces friamente, sem notar-me ao teu lado.

A dose é a diferença entre a cura e a doença, a dor é um dos sintomas.

Quem sabe, seja preciso ter alguns ossos partidos e doloridos hematomas,

Para lembrar ao presente que o passado foi ausente do que hoje é abundante,

Mas que o futuro é incerto e não basta estarmos perto, se não é perto o bastante!

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 18/04/2012
Código do texto: T3619852
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.