À Sua Espera

Por trás desta janela, quase oculto,

eu fico impaciente nessa hora

em que costumo avistar teu vulto

caminhando pela rua, como agora.

Voltas não sei de onde, do trabalho,

onde iluminas o lugar durante o dia,

como as estrelas que a teus pés espalho

numa homenagem em forma de poesia.

Não importa se a tarde está fugindo,

porque ao teu vulto ver, reconhecendo,

é como se o sol, num dia lindo,

saudasse mais um dia amanhecendo.

És portanto a deusa desta rua,

que se transforma num bosque, num jardim,

quando passas, serena como a lua,

em frente à noite que cai dentro de mim.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 20/04/2012
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