Moço / Moça (Marcos Sergio T. Lopes & Débora Acácio)

MOÇO

E assim foi que o moço

Sem palavras e tanto no peito

Fico no seu recato, sem jeito

Gritando por dentro

Sem saber o que a moça falar.

Estava totalmente desandado

Num destempero de dar dó

Num travo embolado na garganta

Num tanto explodindo lá dentro

Sem vontade de passar.

Ah! Moço de timidez tanta

Falava consigo tantas vezes

E quando cruzava o olhar daquela moça

Perdia o rumo num silenciar.

Fica preso nesse desassossego

Sentindo até o gosto do beijo

Daqueles lábios morenos

Que enlouquecia só de pensar.

Queria a palavra que não vinha

Declarar esse turbilhão que o fazia ferver.

Mas era mais forte que ele

Que até secava a boca

E deixava a respiração ofegar.

E a moça lhe olhava de um jeito

Fazendo o desespero ser mais inteiro

E a timidez aumentar.

Vai chegar o dia, moço,

Ainda está verde um tanto.

Verá que existe o momento certo

E quando tudo amadurecer

Teus olhos cruzarão com os olhos dela

Enquanto teus lábios irão balbuciar.

Tamanho sentimento não ficará em segredo

E o medo vai pousar em outro lugar

Pois amor como o seu

Não poderá ser guardado no peito

Tem que galopar com o vento

E mostrar a essa moça

O que o olhar está cansado de dizer.

Marcos Sergio T. Lopes

09/04/2009

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Moça

( Débora Acácio 17/04/2012)

E a moça que também angustia sentia

Já tinha tempo que olhava para o moço

Mas a timidez dela não a deixava falar

Uma palavra se quer

Mas quando seus olhos com os dele cruzavam

O chão parecia tremer e as pernas da moça

Sá faltavam pelo espaço flutuar

Tamanho chilique sentia quando o moço via

Mas o que a moça tinha de acordada

Com o moço sonhar

Tinha medo de ao moço alguma coisa falar.

Outro dia na quermesse os olhos se cruzaram

O destino em sua conspiração fez as mãos se tocarem

E toda a mágica daquele momento tão esperado aconteceu

O rosto da moça se iluminou e um sorriso nasceu

A timidez do moço seu rosto rubrou mas o amor

Deu coragem ao medo e empurrou o moço empacado

A falar e aos ouvidos da moça

Suas palavras soaram que nem canção

Pois era tanto sentimento que havia

Em seu coração entalado.

Débora Acácio
Enviado por Débora Acácio em 23/04/2012
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