Refúgio

Nasci para amar

Incontestavelmente, nasci!

Sem porquê, sem cessar,

Sem calar ou fingir

Sem saber nem temer

O que mesmo amar?

A quem hei de saber

Ou quem hei de achar?

Tudo! Nada importa

Nem mesmo a fala

Que se prende à porta

- ela entala!

Mais o que falo

Ou ao menos tento

Ou tão só a fala

E cada momento?

Nada! Tudo sem sentido

E ainda me importo

Desde que o mundo abrigo

Até me acharem morto.

Quanto mais me despeço

Mais lá quero estar

Falam em recomeço

Falo em reencontrar.

Ter em ti meu refúgio

Do peso que carrego

Fiel como o marujo

No mar em que navego.

Sem saber nem querer

Sem nem fazer questão

Amo sim por prazer

Ou mesmo distração.

Ter perfume nas ruas

Sorrisos sem motivo

Ter as lágrimas tuas

Como meu incentivo.

Amo aquilo e a ela

Sem ciúmes de mim

Desde a flor mais bela

Às pragas do jardim.

Se lutei contra isso

Já perdi a batalha:

Antes morrer de amor

Que por algo que

o valha.

Júnior Leal
Enviado por Júnior Leal em 23/04/2012
Código do texto: T3629594
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