AMANDO O JAMAIS

Nos âmagos da noite um olhar avista o sol distante

Quisera ser o seu amante, porém mil primaveras o detém

São flores que não lhe convém, são rios de um curso errante

Que desembocam muito mais adiante, num impossível oceano além!

Uma presença persistente que se nega ao toque

Um choque anafilático em todos os recursos da racionalidade

Com todos os requintes da eternidade em seu proibitivo estoque

Levando ilusões a reboque, para adentrar intransponível grade!

E segue a passear nas salas e leitos da invulnerabilidade

Com o cálice da irrealidade a promover embriaguez diária

Querendo mais que a solidão carcerária, se dando à viabilidade

Quebrando a imunidade e adoecendo para ser paixão prioritária!

Até que adormeça aquele olhar já sequestrado

E então fechado seja capaz de avistar o que o destino não lhe faz

Indo ao que a razão não traz, trocando o chão pelo telhado

E pela louca escuridão iluminado, sendo enganado pelo jamais!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

http://www.reinaldoribeiro.net/

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 26/04/2012
Reeditado em 24/06/2013
Código do texto: T3634254
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