Descompasso

Qualquer dia desses

escrevo um poema

que cante o amor

e o doce olhar da morena

e exale o aroma da flor

da branca açucena.

Qualquer hora dessas

me embrenho de vez

nesse mistério de letras

que me calam

e deixam o dito pelo não dito.

Meu coração procura a palavra

meus versos se perdem

num descompasso

sem

tom

sem

toque

sem

perfume

sem

rima

sem

poesia

Angelo Carvalho
Enviado por Angelo Carvalho em 27/04/2012
Reeditado em 18/05/2012
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