Paixão Explícita
Canto-te em várias línguas
Seduzo-te com sinfonia
A boca suplica
A perna encosta
Na outra
E dentro
De todo esse remelexo
Chamo-te
Aguardo
Uma pista
Faço-te uma visita
Como quem nada quer
Como quem nada sabe
O desejo é imenso
Escondo em palavras
E verto em monossílabos
Explícita
Minha paixão faminta
Escorre melada
Acorda suada
Busca teu sexo
Encontro só o eco
Da cama rangendo
Sou eu me debatendo
Enrolando-me em tantas coisas
Abraçando sombra
Babando que nem boba
Morrendo de frio
De fome
De sede
De carne
Faz frio mas suo
De tanto me amar
Recuso
A acreditar
Que não há
Seu sexo criativo
Na minha paixão explícita
Apenas o sol frio
Despertando-me pra vida
Engolindo o sonho
De barriga vazia.
Rose de Castro
A ‘POETA’