Farelos

Enfeitaste teu corpo com silicone

E escondeste a mansão natural de tua beleza,

No santuário em que edificaste inexpugnável fortaleza

O encanto travestiu-se em mazelas não sei donde.

Abriste o arcaico baú das suturas e ignomínias

Ao adornar teu corpo com miasmas fantasmagóricos e piratas,

Perdeu-se o vislumbre que aparecia em harmoniosas cataratas

E tua fotografia se vê envolta em esdrúxulas metonímias.

Nada restou de tua fonte escultural de amor,

Rasteja o soberbo pelas veredas universais da dor

Que plantaste ao olhar magnificente do belo...

Na atomística retina que busca o colossal

O afrodisíaco afogou-se em escuro lamaçal

Em cujo pântano deixaste vertentes dos teus farelos!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 10/05/2012
Código do texto: T3660509
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.