Poema 0372 - Tempestade de amor

Meu amor é como areia fina entre os dedos,

nos pés um certo desprezo queima como o coração,

logo vem uma onda suave na forma de carinho

e o beijo molha, como se deslizasse na paixão.

Então posso ser mar, não uma mistura de silêncios,

na minha praia não tem abismos, como antes meu peito,

voltei pelo caminho que segui, estou livre para amar,

fui às profundezas do ridículo, submergi forte.

No vento ouço a música do meu amor,

algas são roupas que rasgo com dentes de fome,

nos olhos um pouco de sal, como lágrimas,

não de dores, nem sempre... às vezes, de saudades.

Já não temo amar e perder, não gosto,

também não tenho rancor de quem não sabe amar,

a palavra deve ter gosto e sabor do querer mais puro,

o ''te amo'' é como uma janela aberta para o céu.

Com certeza voltarei a ser ferido por alguma outra paixão,

de tantas mulheres, carrego o sabor de tantos beijos,

não tenho e nem quero fugir, quando me apaixonar...

estarei desarmado quando voltar a sonhar, assim amo.

Acenderei as luzes do meu sorriso esta manhã,

quando outra mulher olhar meu querer e ficar,

compartilharei um sentimento absoluto, puro, às vezes,

tão limpo como o ar em meio às marés altas e selvagens.

Dá-me um pouco de amor, dá-me um pouco de paixão,

jamais imploro ficar ou partir, mas preciso de sonhos,

seria inútil deixar tanto carinho se perder na cama vazia,

estou ferido um pouco, até ser mar, até outra tempestade.

22/07/2005

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 22/07/2005
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