Sentindo-se Amada
Procurou a própria pele
E encontrou o lençol morno
Nas pontas dos dedos.
Na boca, digitais saborosas
Ainda úmidas de sonhos doces
Tateados em beijos de chuva tropical
Sentindo-se amada
Até o íntimo brilho de sua aura,
Percebia ainda os caminhos tesos
No retesar dos póros e mamilos,
Pela lembrança dos sentidos.
O medo a invade subtamente...
Seus ouvidos começam
A esquadrinhar o volume do quarto...
Quando vê vapores d’agua
Vindos do chuveiro
Sorrindo-lhe a presença d’ele
Acendendo-lhe o desejo de enxugar-lhe
O corpo
Em seu corpo...
Ainda fogo.