Frestas

A água fina que o céu despeja, caem sobre as arvores,

E os galhos molhados envergam-se, e as flores encolhem-se.

O transeunte esconde-se nas marquises

Na esperança de que o vento espalhe as nuvens

E enfraquecidas desloquem-se para o mar

E o sol vagarosamente possa retornar

Aquecendo a alma

Iluminando a terra, despertando as vidas...

E os raios adentrando nas frestas da janela

Convide a moça para esta abrir

Permitindo-me com as vistas alcançá-la

Expondo o meu amor

Mas a fina chuva insistente

Trégua não quer aceitar

Impedindo os raios de adentrarem pelas frestas

E o sol combalido permite a noite o dominar

Cabisbaixo e de olhos anuviados imito o céu

Na esperança de que ao surgir do novo dia

As nuvens venham apenas o céu enfeitar

E minha amada na janela possa estar

E as flores que estavam mofinas

Vibrantes, comoventes, perfumadas ficaram;

E junto destas o meu amor

Para ti entregarei

Robert Jorge
Enviado por Robert Jorge em 03/02/2007
Código do texto: T368202