Frestas
A água fina que o céu despeja, caem sobre as arvores,
E os galhos molhados envergam-se, e as flores encolhem-se.
O transeunte esconde-se nas marquises
Na esperança de que o vento espalhe as nuvens
E enfraquecidas desloquem-se para o mar
E o sol vagarosamente possa retornar
Aquecendo a alma
Iluminando a terra, despertando as vidas...
E os raios adentrando nas frestas da janela
Convide a moça para esta abrir
Permitindo-me com as vistas alcançá-la
Expondo o meu amor
Mas a fina chuva insistente
Trégua não quer aceitar
Impedindo os raios de adentrarem pelas frestas
E o sol combalido permite a noite o dominar
Cabisbaixo e de olhos anuviados imito o céu
Na esperança de que ao surgir do novo dia
As nuvens venham apenas o céu enfeitar
E minha amada na janela possa estar
E as flores que estavam mofinas
Vibrantes, comoventes, perfumadas ficaram;
E junto destas o meu amor
Para ti entregarei