O BARDO PRISIONEIRO
O BARDO PRISIONEIRO
Nídia Vargas Potsch
Enraizado em mim
encontra-se um atormentado bardo,
espectro de emoções amalgamadas,
querendo gritar por socorro,
anular o quebranto existente,
nas silentes madrugadas,
onde prantear por ti
tornou-se um hábito ...
O sol rompeu com o dia claro
e a manhã surgiu com toda força.
Serenou sentimentos, amainou dores,
trouxe ondas de calor e esperança
para o impossível
tornar-se apenas lembrança ...
Marcas e cicatrizes ficaram
como vestígios de tamanha dor.
Mas, o calor reinante,
fez fluir novas sensações e gota a gota
destruiu as ilusões mirabolantes ...
A alegria de viver brotou e criou asas.
Renovaram-se os sentimentos a partir de então.
E o poeta adormecido,
que a longo tempo aprisionado ficara
sem versejar de amor,
neste exato instante, reviveu ...
Nídia Vargas Potsch
Rio, 27/07/2006