Somente Contigo
Somente Contigo
Contigo andei de mãos dadas
E agarradinhos para não te perder
E com a mochila na frente
Prá esconder toda minha excitação
Contigo fui ao cinema
Não assisti ao filme em verdade
O filme nós dois abraçadinhos
A procura das descobertas da libido
Contigo namorei na praça
Na busca de ali estarmos a sós
E carícias muitas rolavam
E os pássaros cantavam
Contigo em desespero e tensão
Entramos em terrenos baldios
Medo e vontades vorazes
Apertos e corpos em arrepios
Contigo beijei muito
Beijo único e bem aprendido
Beijo amoroso e juvenil
E o amargor da saliva seu prazer
Contigo andei de trem
Em meus braços dormia suave
Do cansaço das aulas de matemática
No balançar e barulho dos vagões
Contigo esperei por horas
Para andar de bicicleta
Lado a lado pelas ruas mal iluminadas
Até encontrar uma árvore para te amar
Contigo burilei teus holofotes
Vi neles o olhar da vida
Um infinito com um sinal
Tão marcante e especial
Contigo
Nunca mais andei de mãos dadas,
Nunca mais fui ao cinema
Não mais precisei de uma mochila
Não beijei lábios tão desejosos
Não mais servi de encosto para cochilos
Não mais andei de trem
Não mais tive uma árvore preferida
Nunca mais invadi um terreno baldio
Nunca mais andei de bicicleta
Não mais encostei em holofotes
Nunca mais vi aquele sinal
Nunca mais senti um gosto amargor
Nunca mais amei ninguém
AD 22\05\2012