Amor de ninguém

Todos os santos dias

Eu escrevo as agonias

De assim te ter

As dobro em quatro

Vinco e remeto

Sem rumo ou endereço

Para um sem destino

E nesse qualquer lugar eu sumo,

Me desfaço num grito e esfumo

Me livro do desatino que é sofrer

Porque algures no lado de lá eu vivo

Vivo sem habitar a vida

A dor não bate, não me é querida

E a harmonia do silêncio me convém

Lábios não oiço,

Toques não beijo,

Palavras não sinto,

E o amor distante é de ninguém.

TrabisDeMentia
Enviado por TrabisDeMentia em 05/02/2007
Código do texto: T370548