Rescaldos
Há ainda no vaso o que restou da rosa:
Restam os talos
Folhas caídas
Pétalas espalhadas sobre a mesa.
Vejo com estranheza
A imagem de desolação.
Ainda resta o perfume na sala-de-estar
Nem coragem tenho de deixar de te amar
E haja solidão
Até que eu me acostume
Sem teu olhar
Sem o vai-e-vem no corredor
Sem o barulho da tua voz
Toda cativante
Pé ante pé tento fugir do teu contato
Como bicho qualquer, como presa
De leão faminto.
O que sinto, não importa
Vale o que sobrou da rosa
Que um dia me deu...
Me beijou...
Num piscar de olhos...
Disse adeus.