Fuga

Onde se esconde

Que não o encontro.

Foges de mim

No emaranhado da escuridão.

Esconde-se em meio às asas da noite

Silenciosa, perfeitamente incógnita.

Surgira nos braços da noite

E para ela voltastes.

Trouxe-me o que perdido havia,

Mas tirastes no primeiro raio da manhã.

Recolheu-se ao silêncio devastador

Que me tortura, enfraquece.

Nos primeiros raios da manhã

Já não vi seu rosto, você.

O dia para mim tornou-se angústia.

Ansioso, espero pela noite que trará notícias suas,

E que em suas asas trará o que o dia me tirou,

Mas nem isso parece mais possível.

Devorar-me-ia se não soubesse de ti.

Arrancaria fora meu coração e o ofereceria

Em sacrifício para que a noite tomasse o dia.

Depositaria meus sonhos em oferenda

Para que a noite mostrasse você,

Seu corpo, braços, pernas, peitos, boca, olhos, sexo.

Bastaria a luz, o seu calor na noite gélida.

Rogevanio Alves Santana
Enviado por Rogevanio Alves Santana em 23/07/2005
Código do texto: T37081