Que nome tem esse senhor?

Arrumei minhas malas

Vou partir com a solidão

Deixando para trás a ilusão

Dos deleites de uma paixão

Sou escrava da pele

Do hálito, do bocejar

Do olhar malicioso

Da voz grave ao falar

Se a ausência de ti

Me lança a exclusão

Vou partir com minha dor

E viver com resignação

Quero a paz em minha alma

Mesmo que aja guerra em meu peito

No compasso dessa marcha

Vou desbravar em silêncio e velar-me em segredo

Que venha comigo a esperança

Que me ampare a elegância

Que eu sobreviva com alegria

E seja real a loucura

O insano que brota do ser

É mesmo carrasco que o oprime

Como podem ser antagônicos

Os rebentos da mesma entranha

Como podem se contrapor

Se são um

Se sua força motriz

É o que nos faz chorar e sorri

Ó escravidão da loucura

Que cresce e vira algoz

Ó sentimento rebelde

Que seu ácido é a base do existir

Volta ao cerne de onde veio

Decomponha-se e retorne ao caos

Aquiete-se ao nada de onde surgiu

E permita que a brisa volte a tocar-me

Pois és carrapicho em minha cútis

És uma nódoa em tudo o que de mim conheço

És um desvalido audacioso

Que acampou em meu coração

Se acaso não és o amor

Que nome tem esse senhor

Que chega pequenino e abobalhado

E transforma-se numa fera sem pudor

Mamamuchima
Enviado por Mamamuchima em 08/06/2012
Código do texto: T3713162
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