Reinvenção

Por que o tudo-igual

é, em cada palavra semelhante,

tão diferente, impreciso,

inconstante?

Por que o verbo se repete,

em singular significado,

sem pressa, aflição,

sem cuidado?

Por que a magia escorre

na mesma idéia, sempre presente,

invade a emoção,muda o imutável,

apropria-se, instala-se no coração?

Por que o vocábulo insinua-se

em réplica, ressaltado,

mesmo assim, no novo,

no inusitado?

Por que se ama em palavras,

olhares, sorrisos,

sempre da mesma maneira,

e, da mesma maneira,

num incomum cantar,

inovador improviso...?

Tão-iguais palavras de amor,

elaboradas num novo momento,

reinventadas em novos signos,

que todo o amante sabe compor...