Reencontro II
Olha
A gente já tinha se perdido nas asas do vento
As sombras desencontradas no Tempo sem tento
Na Dança incessante, nos rodopios da Vida
Que dita sem trégua o Poente, a Partida
E veja
Assim mesmo quis o travesso Destino
Desfazer o nó de entranhado desatino
Tecer com a seda a sede da pele
A Memória esquecida que hoje nos impele
Em tua boca larguei meu melhor sorriso
Deixando marcado com selo preciso
A surpresa saudade que cedo não havia
E a descoberta tardia do que mais se queria
Uniram-se olhos, os salmos das palmas
Murmurando silêncios que de tão desconexos
Mostraram a química que mais que complexa
Nos libera do medo, do risco, do entrave
Costurando as almas em suave alinhave
Mira
O sol nasce agora pelo vão da janela
Emoldurando nossa poesia que já se revela
O Início, o Erro, o Acerto, a Tentativa
De reviver a História ainda não escrita:
A prece sem pressa da Nossa Promessa