LIVRARIAS

Sinto tua falta.
Na livraria não te leio.
Os livros na estante não pulam nas mãos.
Os livros querem fugir, mas o selo magnético não deixa.
- Livro, a quem tu livrarias?
Ninguém me responde. Os autores silenciam.
Não importa, eles, os livros, me seguirão...
Cada orelha que leio me seduz e não digo não a nada,
deixo-me ser levada por cada fala de sedução...
- Não, querido, hoje não posso te levar,
não podemos ter tudo, ler tudo, intuir e ir é o que vou.
Corro para não morrer afundada, em uma estante,
onde os livros gritam, gritam e os deixo por um instante.

Percorro sons, discos em cantam e velhos balançam
Geriatric Blues Band, grisalhos e seus grilhões...
Sentada, sorvendo, observo:
o café não é caput, tem mais leite que pó
nas poesias deslisantes que escorregam pela escadaria.
Falam durante minha leitura quase grito, grito...
Um Tiera del Sol não é um Ribeira, fazer o quê?
Não deu grana para tudo e o Despertando na Meia-Idade,
não é tão poético quanto quer me fazer crer o mestre...
Sapiência... Paciência!
Vou-me, insatisfeita e inquieta.
Sinto a tua falta. E tu, aonde estarias?   


Para o homem que me alimenta de versos.
Divina Reis Jatobá
Enviado por Divina Reis Jatobá em 08/02/2007
Reeditado em 24/02/2009
Código do texto: T373365
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.