Vendaval de Amor

Amores, suaves e doces cadências perdidas

Que o tempo envolve em incrédulas ausências

Saudades vãs de momentos reencontrados

De auroras que os sorrisos enobrecem

De lagrimas que os olhos empobrecem como suspiros de dor

Que pulsam de um hemisfério oculto e fantasioso

Penas que um coração abandonado chora

Pela tristeza fecunda do tempo jogado pela janela da Vida

Reconstruído em vidraças de escuras cortinas

Abraçado a véus de cores celestiais

Tal como a dicotomia que a realidade nos traz

Amores, que se sibilam ao vento como intensas canções

Anúncios que se dirigem aos céus em suaves prestações

Autores de estrofes e palavras que morrem nos lábios

Dos intrusos e descrentes lunáticos frenéticos

Destruidores da simbiose pura e nobre

Do enlace auspicioso e sublime

O perfume mais doce e mais sentido

Gemidos complexos e difusamente escritos

Na alma de uma mulher apaixonada

Amores, excertos e fragmentos da pele

Bramidos e grunhidos que a voz lança ao ar

Provas de sentimentos e emoções guerreadas

Ao compasso da coragem que ninguém pode negar

A perseverança que nos ensina a caminhar

Numa estrada tortuosa mas repleta de saber

Conhecimentos que nos treinam e ensinam

A esgrimir com perícia cada duelo da existência humana

Sem espaço para lacunas ou devaneios de horror

Apenas esperança e fantasia perpétua

Alianças de ouro na mente do ser que acredita

Que o impossível é apenas a miragem com rumo ao infinito

Amores, dos quais uns padecem em dor

E outros se regozijam em prazer

Quimeras que pousam ao de leve na pele

Como beijos entregues a flores

Estendidas no jardim encantado de alguém

Que enchem de sensibilidade a alma dos poetas

E de imenso talento a tela dos artistas

Pólen que extravasa o insensorial místico e divino

Envolvendo na teia do incorpóreo as asas de um anjo

Entregue à simplicidade da existência

E talvez por isso perfeitamente harmonioso flutue

Nos sonhos e pensamentos de um entidade humana

Ferida e sangrenta pelos desafectos do destino

Moribunda de algumas causas perdidas no tempo

Mas ávida de todas as batalhas que o futuro ditar

Amores, onde a palavra encerra existe o rejubilante amanhecer

De mais uma curva com gosto de mel e travagem de sal

Solidão que acompanha a noite de lua cheia

Que geme baixinho quando os relâmpagos se juntam

E a cobardia os mata em suaves doses de veneno

Rastejo de uma cobra insolente e dissimulada

Pela terapia ignóbil de um passado ousado

De um presente avassalador e amedrontado

Pela incerteza de uma resistência que o tempo atenua

Com a borracha da apatia e do desinteresse

Amores, que voam para longe

Qual aves migratórias para alimentar ecos estranhos

Estrangeiros num coração patriota

Que apenas tem espaço para a doação unilateral

Não aceitando por isso as vielas lamacentas

Oferecidas em presentes polvilhados de fel

Amores, que permanecem no peito

Mesmo quando tempo passa e a visão nos tolda

As recordações mais simbólicas de um tempo

Que a resistência compassiva das veias teima em acalentar

Tal qual leves bolas de sabão em ascensão aos céus

Amores, que o futuro não explica

E que por isso deixam a alma perdida e consternada

Deixando que os desentendimentos acenem

Com a bandeira negra da destruição

Amores, suaves e deambulatórios

Guardados no tesouro da interioridade

E para sempre preservados de outros amores

Os novos ou simplesmente os outros

Que ninguém nunca saberá ou sonhará

Amores, esses ficam gravados na pele

Com inscrições de ouro e diamante

Porque são os Amores que sobrevivem sempre

Aos assombrosos e destruidores desamores

Amores brindam a sorte de quem por eles é preenchido

Amores, sim amores, apenas e tão simplesmente AMORES

Sonya
Enviado por Sonya em 08/02/2007
Reeditado em 29/07/2008
Código do texto: T374032
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