Romantimos
Ver-te firme no horizonte ...
Atingiu-me a paixão eminente
Fez-me definhar de amor subir no monte
Precisando do teu amor puro e diligente
O que a cada dia sublime se elevava
Tornando-o mais forte e excedente.
Sua personalidade transformava
Minha vida pacata numa aurora
Que de inveja o pombo simulava.
E o meu pensamento que crescia a cada hora:
Como um viandante desvanecesse embevecido
Em pressa agora desfrutando da demora:
Esperando suas forças retornarem enrubescido.
Ah, meu bem! Queria q’ soubesses do que chameja
Em cada partícula do amor refletido:
Uma luz de esperança que a veja!
Não te ver de eu ir deslizando :
Pra tristeza não ser forte alimentando-se.
Maior tua sinceridade demonstrada quando
Meu coração te encontrou voltado
Para o teu horizonte novo contemplando
Sem uma palavra tua aqui ao meu lado.
Lembro-me sem dificuldade que em ti aparecia
O furta-cor de amor assinalado
Que em imensa força em nós permanecia
Mesmo queimando nos meus lábios silenciosos ...
Eu antes de ver-te lhe conhecia :
O coração saudoso bradou por ti em sentimento respeitoso
Que orei por ti num passar ligeiro!
Mas sei que receberei o valor ditoso.
Não serei um humano sobranceiro
Para navegar em canoas sem remos
Porém ... ser do amor e alegria mensageiro
Como o nosso amor que faz prevalecermos
Sob este mar de ondas se agitando
Que não há de vencer-nos – disso sabemos !
Então continuaremos mesmo apropriando
Mas há de ajudar-nos a mão divina:
Como luz fumegante a espalhar-se deslumbrando.
Vamos querida o dia já declina!
Tão rápido e suave que parece
O apagar da luz da lamparina
No entanto... o sol forte ainda resplandece
Em nossos corações onde o amor estar escrito
Que ao nosso mando nunca obedece,
O importante que em ti ainda existo.
Nossa voz canta sempre juntamente:
Os salmos do amor bendito.
Serei sempre teu devotamente
Mesmo em face do tempo em que lançaram
Desprezando o teu poder incontinente
Mas preservando os que de amor permaneceram.
Não posso deixar de ser poeta
Nunca ... já que agora por ti sou apoderado!
Não posso fechar essa porta:
Da iniludível poesia ... por fazer-me teu amado.
Mas agora meu bem ... são esse os nossos dias dourados
Tanto que o amor em nós pôs apelido
Como desses filmes românticos reiterados,
E de você não deixarei nada escondido.
(Kalell Martins)