O mar onde navego
Teu coração é um mar revolto
Atormentado pelos quatro ventos
Que lançou-te contra as pedras
E arrastam para praia tuas algas
Teu coração é um mar revolto
Que intimida até os ávidos pescadores
Tragando para si seus veleiros
Amaldiçoando-te à solidão
Teu coração é um mar revolto
Que quão profundo é grandioso
Porém teu solo é de elemento árido
Sem liga, sem vida como no sertão
Teu coração é um mar revolto
Esconde com dor teus tesouros
Afastando-te da alegria
Mascarando com mágoas tua covardia
Teu coração é um mar revolto
Onde ninguém quer atracar em teu porto
Pois nele nao há conforto
De tanto que vives a lamentar
Teu coração é um mar revolto
Que espelha um céu nebuloso
Sem brilho, sem estrelas
Sem a fina brisa que há de se esperar
Teu coração é um mar revolto
Pois não aprendeu a perdoar
Teu sorriso, quem não o soube cultivar?
Por isso teu coração é este mar revolto e nele teimo em navegar!