Amor......e esperanças risíveis





E como tudo na vida, acabou em merda.
Sobramos nós dois, no fim dessa festa.
E acha pouco?
Nem  Bergman sobrevive a tanta tragédia.
Simplesmente por sermos dois patetas,
é que nem o drama sobrevive intacto
ao senso de humor sem a menor compaixão.
Vida ruim é a dos outros.
Nosso charme é não termos coração.
Acho que esse é o nome que foi dado
ao estômago que trazemos no peito.
Digerimos cada cruzada frustrada,
e expelimos uma massa cinzenta e densa
com cheiro de sândalo e gravidade de teorema.

Perdeu alguma parte do poema?
Não há com que se preocupar.
Ele está por aí, durante toda a semana,
a todo instante que uma das partes fraquejar.
Só sei que seremos constrangedoramente eternos,
mesmo que a eternidade dure até semana que vem.
Quem poderá, de fato, entender o que diz a mente,
se é no estômago que tudo tem o seu fim?

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 01/07/2012
Reeditado em 02/07/2012
Código do texto: T3755424
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