O QUE É O AMOR?***

O que é o amor? Na avenida do sonho

Ele considera justa a ausência em silêncio

E atravessa os caminhos que disponho

Na simplicidade do pescador Querêncio...

Quer o espetáculo da paz almejada

No gesto companheiro e desprendido

Dos versos bonitos e com fé da vida concretizada

Durante a labuta de mais um dia vivido...

O que é o amor? Sem a espera que conduz

O ser humano ao estado de compreensão

Na sua recôndita avenida de sombria luz

A esconder uma verdade e a trazer um perdão...

Eu amo amar o bem-amado e querido

E vivo nesta encruzilhada da dor e do amor

A confluir ora a delicadeza amorosa dos versos

Ora a durabilidade da esperança em Flor...

O que é o amor? Senão o regozijo d´alma

A explorar os mais Superiores aquietares

Do viver amante e pleno do bem que acalma

A palavra rude e ameniza o ser em puros Altares...

O amor nesta Vida pode ser ouvido como o mar

Que ondeia para lá e para cá fraco ou forte

Conforme o sabor do vento quando quer avoar

E nós poetas calados a observar desenhamos seu Norte...

O que é o amor? O simples querer de um acertar

Na mais desprendida força de grito, mas sem o pudor

De dizer sem medir belas palavras e sendo o ato leve como o ar...

O amor é simples medida de um mundo encantador...

Ele desenvolve a procissão dos enamorados da alegria

Sem considerar impossível a conduta do perdão...

E nesta total entrega a mais sublime e plena energia

De consubstanciação do coração ele torna-se Pendão...

Da esperança de ser, o amor, o Divino professor

Da Vida de felicidade que sempre buscamos

Encontrar como alívio e segurança para pôr

Sabedoria e encantamento a tudo que nós Amamos...

(Alexandre Tambelli, para Carla, São Paulo, 09 de setembro de 2006 - 11:07h).

*** Muitas vezes a escrita nasce em velocidade extrema... parece que tudo está armazenado n´alma e precisa nascer de imediato! Este grito d´amor veio assim, só o tempo de digitá-lo na tela, sem modificar uma palavra sequer, talvez, colocar uma vírgula, suprimir um artigo, um pronome! Estes são versos das profundezas, expelidos, explodidos, nascidos sem a gente tomar consciência dos atos, uma vibração, emanação de Deus em nossos dedos... É só digitá-lo e pronto! Não se pode medir a qualidade literária deles, pouco importa também; sempre é bom ouvir as vibrações que estão circundando, por intermédio de Deus, a nossa Vida, e deixá-las brotar! Um abraço amigos, Alexandre!