Guardiã
Guardo-te nos olhos, fechados...
Qual uma foto num álbum,
por dentro, te guardo.
Segredo de menina ingênua
que idolatra o impossível.
Guardo em código teu nome
no meu diário cor-de-rosa
timbrado com tinta e lágrima,
muito antes da poesia
conduzir-me às reticências...
Guardo-te no baú da adolescência,
entre sonhos e romances,
entre papéis de bom-bons
e cadernos de poemas,
e um neruda assinalado com as tuas digitais.
Guardo-te em mim,
tatuagem de fonemas revelada aos espelhos...
Quanto mais te guardo em mim
mais meus versos te revelam
no teu timbre musical.