Não há remédio

Velar-te-ei vivo em meu coração

Será um lindo soneto a recordar-me

Neste amor febril seguirei

O silêncio sepulcral há de preservar-me

Vivo na penumbra de um sentimento

Um derrame inflamado e dolorido

Um cálculo renal a castigar-me

Fragmentos de silício em cálices renais

Não há remédio para um ser apoderado por outro ser

Um unguento a tamponar tal injúria

Como um ácido a corroer-me,

Assim é este átomo em colisão com minha verdade

Não há remédio, repito, não há remédio.

É um veneno a intoxicar o sangue

Uma fumaça a penetrar os alvéolos

Transgredindo a homeostase, a perfusão a ventilação.

Vai embora, seguindo teu caminho numa longa jornada.

Deixando-me velada sem conhecer a corrupção

Embora m'alma corrupta em singelos suspiros não se poupou de pensamentos insanos.

Em cujos sonhos desolados

Retorno ao bom juízo

E admito que para tal mal não há conserto

E que esta nódoa, hora virtuosa hora viciosa.

Estará sempre em tudo que tocar

A renúncia de uma vida

Para numa outra vida se tornar

É atravessar um oceano

E nunca mais retornar.

Mamamuchima
Enviado por Mamamuchima em 22/07/2012
Código do texto: T3791496
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