SEM VOCÊ (Nº2)

Sem você...
Eu sou um galho seco arrastado pelo temporal,
Sou a manhã mais fria do inverno,
Sou a onda agitada que invade o litoral,
Sou um sofrimento eterno.

Sem você...
Eu sou um cão que perdeu o dono,
Sou folhas secas espalhadas pelo chão,
Sou o sinônimo do abandono,
Sou a queda livre de um avião,

Sem você...
Eu sou modelo sem a passarela,
Sou abelha que não produz mel,
Sou o Brasil sem aquarela,
Sou o gosto acre do fel.

Sem você...
Eu sou um campo minado,
Sou um livro sem o leitor,
Sou um exército desarmado,
Sou um teatro sem platéia e sem ator.

Sem você...
Eu sou poeta que perdeu a inspiração,
Sou um elo perdido,
Sou inexato da exatidão,
Sou um pranto incontido.

Sem você...
A vida não tem nenhum sentido.