Poeta
Poeta
Há muitos, muitos anos,
Vivia-se da natureza,
Já então os seres humanos
Se guerreavam pela riqueza.
O homem foi evoluindo,
Será que foi na verdade?
E continuámos assistindo
A lutas pela superioridade.
Uns só queriam terras,
Outros grandes tesouros,
Por tudo se faziam guerras,
Por dinheiro ou por ouro.
A evolução continuou,
Mas a ganância do poder
Nem um pouco abrandou,
Acabando por se desenvolver.
Hoje vivemos na globalização,
Uma una e justa sociedade,
Onde impera a corrupção
E se mata sem humanidade.
É o desrespeito pelas crianças,
Pelos fracos e pelos idosos,
A uns cortam-se esperanças,
A outros, oferecem-se dias penosos.
Afinal tanta tecnologia,
E há tanta miséria no mundo,
Ele é a fome e a pedofilia,
Crime horrendo e imundo.
Maridos assassinam a mulher
Como se fossem mero animal,
Isto passa-se num país qualquer,
Seja ele o Brasil ou Portugal.
Compram e vendem pessoas
Como se fossem uma propriedade.
Apresentam-se como almas boas
Cheias de amor e de humanidade.
É esta hipocrisia da vida,
Que me traz descontente,
Acredito que tem de haver saída
Para esta abandonada gente.
Se não forem os governantes
A encontrarem a maneira certa,
Talvez possam ser os amantes,
Ou mais concretamente o Poeta.
Francis Raposo Ferreira