Teu enigma

Um violino triste sobre a mesa

onde a rosa se desfolha suicida...

Melancolia de acordes

submersos no silêncio

na inútil companhia

da essência que se esvai.

Sobre a toalha de seda branca

há um balé de sobras frágeis

das velas do castiçal:

versão do Lago do Cisne

onde morres de cantar.

E no mundo encantado

em que brincas de viver,

todo sonho que constróis

é um enigma sonoro

a enganar a solidão.

A flor que tu cultivas

é de nuvem e se evapora,

é de água e se dilui...

E nem mesmo a magia

que possuis irá contê-la.

- Canta menestrel das rosas!

É pecado o jardineiro

ter qualquer predileção,

teu ofício não permite

algum zelo em demasia.

- Canta menestrel das rosas!

Esse código é tão frágil

sob os sinos dos ocasos,

sob o arco da manhã

que a flor tu exilas

grita auroras nos teus olhos.

Hevelyn
Enviado por Hevelyn em 15/02/2007
Código do texto: T382631