Súplica à Betty

E agora, mulher?

Onde levastes meu sol de domingo

Que já não nasce mais

Da janela do teu quarto

Invadindo o sono quente, pesado

E só de paz e em solidão eu fico

O que dispenso, pois assim não vivo

Arranca toda culpa além de mim

Afasta o peito de um caminho sem fim

E assim se enxerga mais, Betty

Mais que TV na hora errada

Que minha vontade exagerada

Que meu amor assim por nada (em troca)

Eu te disse, menina

Essas coisas não se curam

É fóssil, alguém um dia encontra

Essas coisas duram

Vai não, Betty

Não é o derradeiro ainda

E o quanto eu prometi

Escrevi em você tudo que era amor

Tudo de mim, toda calma

E sorriso pro teu sorriso

Eu sei de tudo isso, Betty

Tua ausência já dói e explica

Betty, põe aqueles óculos

E termina esse poema pra mim

Me vendo além do que era torto

Segura ele no rosto

E não tira quando eu chegar

Veste as mesmas surpresas

E passa aquele sorriso, o mais claro que tiver

Me espera pra tudo que vier

E se assim mesmo não der...

Me deixa perto

E não vai de novo, não

Que isso tudo perde a razão

E os versos soam em vão

Deixa a chave lá fora

Eu devo chegar...

Você vai estar...?

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 18/08/2012
Código do texto: T3836558
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