Só se for a Dois

No fim daqueles dias longos

Em que tudo parece meio morno

Como intermináveis outonos

Em que se nos descuidarmos

Podemos até esquecermos quem somos

Preocupados com o zumbido dos pernilongos

Quando você mais precisar hei de te garantir um porto

Esconda-se em meu colo que te protejo em meus braços

Te abrigo dos trovões, da chuva, das sombras, te livro do cansaço

Acomode-se como bem quiser, com a demora dos gatos

E então em um enlaço, como criança com sono

Irei te fazer cafuné e beijar seus olhos

Sonhando acordado, velarei teus sonhos

E vou te permitir o descanso merecido

Enquanto leio algum poema bonito

E sorrir sem explicação, sem sentido

E achar romantismo até nos poetas malditos

E te acordar com o despertador da saudade

Como se me custasse acreditar na verdade

O que sinto é simplesmente felicidade

E como um louco, achar-nos razoável

E surpreender a todos, a nós mesmos

Com uma alegria sem segredos, mas inexplicável

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 18/08/2012
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