“Cabelo Molhado”.


Criatura se soubesses.
Que teu cabelo molhado.
Os anjos descem do céu.
Para viver em pecado.

E eu que já sou pecador.
Menina tome cuidado.

Sei que eu não tenho crédito.
Mas vou fazer um fiado.
E pedir um favorzinho.
Para o anjo do meu lado.

Quero virar sabonete.
Mas, me use com cuidado.
Para eu durar bastante.
Depois morrer saciado.

Quero me esfregar em sua pele.
Nossa, já estou arrepiado.
Quero te deixar limpinha.
Além de bem perfumada.

E quando passar na rua.
Com seu andar rebolado.
Menino quebra o pescoço.
Menina olha com enfado.

Eu agarrado em você.
Babando feito um tarado.
Aguardando teu retorno.
Com o olhar preocupado.

Sabonete dura pouco.
Quero ser água de cheiro.
Que depois do sabonete.
Me passas, no corpo inteiro.

Ai Jesus, só de pensar.
Já me dá um destempêro.

Mas nem que for vidro grande.
A água de cheiro acaba.
O que mais eu posso ser.
Tu, parece uma diaba.
Vô no inferno vivê.
E este sentimento acaba.

Vou virar um passarinho.
Que vive na sua gaiola.
Quero cantar para você.
Quando chega da escola.

Menina cuida de mim.
E eu cuido do seu gingado.
Nós vamos formar pareia.
E andando lado a lado.

Sua vida é minha vida.
E estamos, conversado.


Machado.
Veneno de Cobra.

.
Oripê Machado
Enviado por Oripê Machado em 22/08/2012
Código do texto: T3843458
Classificação de conteúdo: seguro