SILÊNCIO

O meu amor já partiu

Sem nome, sem sobrenome

Nem mesmo um definido pronome

Que o possa designar

Na terra do esquecimento

Viveu enquanto teve sorte

E do lado de lá destes ares

E bem além destes mares

Ainda procuro o olhar amoroso

Talvez eu tenha sido carinhoso

Quem sabe, quiçá!

A minha vida continua neste silêncio

Onde cada noite abordo uma estrela

Converso com as nuvens, abraço a lua

Falo ao pôr-do-sol, persigo cometas

É um silêncio total

E os teus lábios procuram os meus

E os meus dias procuram os teus

Nem sei mais teu nome

Pois tu partes a todo instante

A saudade me invade a cada segundo

E eu te vejo...

Imaginando em teus olhos

A imagem refletida da minha face te espreitando

E meu nome cravado na pedra

Imagino, sôfrego

São os últimos minutos de consciência

Você chora, pessoas falam

Elas vêm e vão

Outros amores virão

Na terra do esquecimento

As luzes se apagam

São os últimos momentos

Os últimos pensamentos

Desse amor de ninguém

jairomellis
Enviado por jairomellis em 17/02/2007
Código do texto: T384382
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