"Mal de amô"

Mal de amô

Tô cum a duença do amô.

É uma virose danada

Com uma febre lascada

Que me deixa abafada

Sem sabê se é uma dô...

Dá um frio nas espinha

Dá uma farta de ar

Dá uns gostoso na idéia

Dá um tremô nos oiá

Dá tudo que tem que dá...

Bicho danado de bão

Que me faz enlouquecê

Dá vontade de gritá

Dá também de se abraçá

Dá tudo que tem que dá...

Dá beijos de se fartá

Dá cheiro de agoniá

Dá piscadelas no oiá

Que só farta me matá

Cum esfregas de arripiá

Dá tudo que tem que dá...

Dá uns fungado na nuca

Que me deixa na sinuca

Querendo me aliviá

Dá um suado no peito

Dá uma crença na idéia

Dá tudo que tem que dá...

Que indecença danada

Que estô aqui pra contá

Num há remedio que tome

Pra podê me acalmá

Querendo me aliviá

Dessa duença fatá

Que tudo tem pra me dá...

Num quero mais me curá

Nem remédio vou tomá

Nem quero desabafá

Quero vivê com a agonia

Que só o amô pode dá...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 30/07/2005
Código do texto: T38793