Gitano

Ouço teu canto - Gitano -

ao som dum violino mágico...

Às vezes sutil e trágico,

divino e também profano.

Supõe acordes de céu,

partitura de cristal

e esconde gotas de mel

sobre o gume de um punhal.

Feitiço é teu realejo,

uma bússola sem norte,

revela uma falsa sorte...

Engana a vida com beijos;

depois vem o desatino

relatar que és impossível

e te vais com teu violino

num cavalo invisível.

O teu beijo, por fatal,

é doce porém cruel,

deixa num gosto de mel,

a cicatriz do punhal.

Se, destino ou sortilégio

eu não sei o que tu és...

Maldição ou privilégio

para quem cai aos teus pés...

Não te culpo nem condeno

pois, para mim, afinal,

és um sonho musical

numa taça de veneno.

Hevelyn
Enviado por Hevelyn em 22/02/2007
Código do texto: T389653