SONHOS INFANTIS
Meus dedos são extensão d’alma
E por entre eles se esvaem meus sentimentos
Transbordando emoções em eterna aura
Transcendendo o limite do entendimento
São sonhos por vezes tão pueris
Que chego a ficar desorientada
Não escondem sequer o verniz
Da triste mulher enclausurada
Que ainda aguarda ser feliz...
Como se a felicidade fosse uma cachoeira
Que ao invés de água jorrasse chocolate
E ao banhar-se deliciada e lampeira
Saísse de lá com sua cara metade...
Ah... Sonho tolo de criança
Que aos quarenta ainda mantém a esperança
De água virar chocolate
De crer em cara metade...
Ah... Menina boba que não vê
Que amor não tem se nem porque
Ele apenas acontece ou deixa de acontecer
Não importando a idade ou no que você crê...
O amor não cabe nos devaneios
Ele tem sua própria grandeza
Ele chega e nos arrebata sem freios
Nos desordena sem a menor delicadeza...
Não importa quantos anos tenha
Nem quantos amores tenha vivido
Amando sempre seremos como criança
Brincando no embalar dos sentidos...