Tenho amor

Que flor bela ascendente,

Teu vermelho rico...

Quase que me queimam os olhos.

Sinto minhas narinas exalarem

Teu forte perfume de rosa,

Teu gosto de sol

Em manhã atenue de primavera.

Não posso tocá-la...

Não. Nem ao menos

Com a graciosidade do perto.

Tua esfera exorbitante

Rima o verde da grama,

Acentua a vida terrestre ao tocar

Teus doces lábios

Para saciar a tua sede enraizada.

Teu fino caule,

Comparo as minhas veias, agora

Limitando a circulação.

Não. Não me permitirei pensar...

Mas quão torcente se encontra

Minha lucidez e, aspirante,

Flui cada segundo de sina.

Tenho medo.

E se estes meus pés incrédulos

A perturbarem; e se instintamente

Enciumado assombrarem tuas pétalas (?)

Não. Não a quererei mais,

Teu néctar, ou a tua alma

Esbranquiçada de pureza.

Tenho medo. Tenho rastejo.

Tenho amor.