Conselho

Minha mente perde-se em dúvidas

quando penso em sua fala ou sua voz.

Meu coração parte-se em rusgas

pois muito vejo em seu olhar atroz.

Vejo, como pitonisa, a falsidade de suas escolhas.

Oro, sacerdotisa, para a melhora que nunca traz.

Espero, sem paciência, num mar de velhas sofredoras,

que me ouça entre as escolhas incertas que faz.

Se minha mente é só interrogação,

e se nada guardo de afeto pelo algoz,

tenho somente o imenso chorão

para, à noite, desfazer meus nós.

Quando, enfim, voltar a me ouvir,

Ai, que triste sina terei a sentir!

Pois não andando como e onde quero ir,

é certo que, ao voltar-me, estará a ruir!