Do Amor...

É que do amor a gente sabe tão pouco

Se aventura nessas vielas e n'outras tantas avenidas sem fim

E a gente só supõe o amor

Antes seja tela viva

Retrato móvel, rio correndo pra gente

E a gente se arrisca tanto no amor

Que não é jogo de azar

Disposto esteja a amar

E tantos outros dias o fará... Amor

O melhor do amor é ele mesmo

Ele mesmo em nós e , despretensiosamente, a gente se amando

Desarmados, sem rancores passados, sem passado algum

O amor é bem isso mesmo

Vinho derramado no lençol branco

E as paredes novas cheirando ao perfume dela

É que eu me perco no amor... Dela

E não me acho... Vou me escondendo nos arbustos e sombras dessa moça

E só de amor se faz história de amor

Sem destino, preço ou outra dor

Amor é confusão boa...

Achar-se buscando os pequenos olhos calados...

Na multidão estúpida contando dinheiro

É desprender-se de tempo e convenções

É escavar o peito amado e repousar...

Gastando os minutos da eternidade em amor

E amor é mesmo o armário revirado...

Como o peito já tomado de saudade...

Segundos antes de partir

É que a gente sabe tão pouco de amor...

Que nele se encanta...

E reconhece amor... Por ela

Pedro Hermes
Enviado por Pedro Hermes em 01/11/2012
Código do texto: T3963132
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