Natureza Tétrica

Morro fomentado pelo teu desprezo

E no sono eterno não há sonhos a bailar,

Há cinzas que o vento sopra no ar

E o húmus onde brotam de remorso teus desejos.

Sobre minha vertente cadavérica há olhos frios

Que de mim se despedem fixos e soturnos,

Não há ranger de dentes nem lágrimas sobre o sepulcro,

Apenas o silêncio fúnebre de um momento vadio.

Na marcha alegórica afinal tua emoção vem a desterro

Sazonada pela incompetente saudade vinda do concerto

De uma melodia que toca solidão em seus versos...

Uma brisa desvenda em teu rosto o arrependimento

De não te haver conjugado a mim o sentimento

Nem de beijar-me o esquife onde meus olhos estão imersos!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 02/11/2012
Código do texto: T3965989
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